Rentabilidades de fevereiro

Nota: As rentabilidades mencionadas são líquidas de comissões administrativas, de gestão e de depósito, calculadas com base no valor da UP. Rentabilidades passadas não são garantia de rentabilidades futuras.

O mês de fevereiro caraterizou-se por um comportamento negativo das principais classes de ativos, com os ativos por norma associados a maior risco a serem particularmente penalizados, cedendo assim grande parte dos ganhos obtidos em janeiro. Ao longo do mês, o sentimento dos investidores foi fortemente condicionado pelo binómio inflação / Bancos Centrais, o que levou a um relevante reajustamento das expectativas em relação ao fim do ciclo de subida das taxas de juro de referência, tanto em termos de taxas terminais como em termos de timing, quer para os EUA como para a Zona Euro.

A reunião da Reserva Federal (FED) de 1 de fevereiro fez crescer, entre os agentes económicos, a convicção de que as taxas de juro atingiriam o seu pico, próximo dos 5%, depois de a autoridade monetária ter abrandado o ritmo de subida das fed fund rates e após Jerome Powell ter afirmado que o processo de desinflação é já uma evidência, num contexto de normalização das disrupções nas cadeias de abastecimento. Também o Banco Central Europeu (BCE) subiu no início do mês as taxas de juro diretoras para 2.5%, em linha com o antecipado pelos investidores, com estas a alcançarem o nível mais elevado desde 2008, sinalizando que, na reunião de março, realizará um novo aumento de 50 pontos base.

Contudo também aqui os investidores têm vindo a rever em alta as expectativas para as taxas nos próximos trimestres e, assim, no fecho de fevereiro, o mercado desconta que o BCE ainda venha a subir a taxa diretora em 150 pontos base ao longo das próximas reuniões (para um pico de ciclo de 4%) nível em redor do qual as taxas deverão encerrar o ano. As geografias emergentes, por sua vez, encerraram o mês a recuar mais de 6%, penalizadas pela revisão, em alta, das expetativas dos investidores quanto à evolução do ciclo de subida da taxa de juro de referência por parte da FED e pela consequente valorização do dólar norte-americano face às principais moedas mundiais. Uma nota para o mercado acionista chinês, medido pelo Hang Seng China Enterprises Index, que em fevereiro desvalorizou 9.41%, mesmo num contexto de retoma da atividade económica do país, induzida pela reabertura da economia chinesa e pelos festejos do Ano Novo Lunar.

Continuamos assim a acreditar que 2023 será um ano desafiante, possivelmente marcado por fraco crescimento económico e manutenção de elevadas taxas de inflação. Assim, ao nível da gestão do portfolio dos clientes, será privilegiada a adoção de decisões táticas, ainda que pontuais, que permitam aproveitar movimentos de curto prazo nas principais classes de ativos.